7.07.2011

Nuclear: olhar à nossa volta

Com fukushima de repente relançou-se estremunhadamente a discussão sobre o nuclear, e de repente houve acordares dolorosos e buscas de informação apressadas. Ou de repente ficou descoberta a careca de que nos estavam a vender produtos e energia com a etiqueta "verde", por ser redutora de emissões de carbono, que na verdade tinham uma contribuição do nuclear. Sim, estavam-nos a vender o nuclear como energia verde, mas poucos se aperceberam disso. Houve activistas a apoiar produtos "carbon correct" sem saber que havia nuclear "dentro".

Tenho aqui em cima da secretária uma série de panfletos de vários grupos políticos anti-nuclear, uns mais interventivos que outros. Um deles limita se a informar acerca de que organismos estão mais ou menos comprometidos no apoio ao nuclear, um pouco como "tomem lá esta informação e façam dela o que quiserem". Lista endereços desde construtores de reatores nucleares, passando pelos organismos políticos que decidem e apoiam a sua implementação ou os responsáveis pela gestão (leia-se exportação atabalhoada) do lixo atómico.

Um dos organismos que me deixou a pensar foi o WiN, Women in Nuclear. é uma associação mundial de mulheres que trabalham na industria nuclear (Exclui investigação cientifica, e medicina portanto). São mais de 2000 mulheres no mundo inteiro. Se fizermos a habitual continha que mulheres a trabalhar na industria são menos de 15%, isto dá-nos várias dezenas de milhares de pessoas a trabalhar na industria do nuclear.

Se são tantos, quer dizer que eles andam aí, à nossa volta. Como é que não damos por isso? De certeza que conheço alguém que pertence a este grupo. Há todo um mundo do qual nada sabemos e que decide coisas por nós. E que se calhar bebe cafés connosco e nos dá umas palmadinhas nas costas e até são uns gajos porreiros..

hmmm.

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