11.02.2009

Ser e fazer

Uma discussão recorrente nos meios poly ou LGBT (ou em qualquer outro em esteja em jogo uma ou várias identidades e que os membros tenham um modo de vida não normativo), é a questão de se é porque se é e pronto, ou se é porque se faz.

é homem quem nasceu com corpo de homem, ou que se afirma sentir como homem?
é lésbica a mulher celibatária que o afirma ser ou apenas a que o visivelmente e omnivoramente demonstra na prática? hormonas? cirurgia? sim? não? who cares?

costuma haver então o tema recorrente da auto-definição, ou da definição pela prática. Ambas correntes costumam gerar argumentos muito fortes, e em meios activistas por diversas razoes que hoje vou deixar de fora, há geralmente uma tendência para se levar bastante a sério a auto definição.

De acordo com a postura que se deve levar as pessoas a sério pela identidade por elas escolhidas (postura essa que por acaso também é a minha), é poly sim senhor quem diz ter dentro de si o potencial para viver em não monogamia responsável, mesmo que não o ponha em prática. De
momento ou sempre.

O ponto a que quero chegar, e que seria quase risível se não fosse bastante chato, é o caso da pessoa que viveu ou tentou viver poly, chateou toda a gente à volta com explicações, come outs, debateu-se com familiares, zangou-se com o patrão... e depois, quando ou por nunca ter conseguido por em prática a sua utopia poly ou porque por acaso há uma ou várias separações na família, não só toda a gente lhe diz "eu bem te disse", mas de repente uma pessoa passa pela "vergonha" de as pessoas nos enfiarem na categoria dos monogâmicos só porque o parecemos :-P


Bem, isto não é um problema, se pensarmos que um problema é não comer ou perder uma perna.Ou perder a tal relação longa mas que não foi longa o suficiente ou que acabou de modo doloroso. Mas é um tema recorrente nos grupos de ajuda poly, pois uma pessoa perde com isso um "sintoma" da sua identidade, e volta a "confundir-se" com aquilo para onde não quer voltar.

Por hoje é tudo.

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